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FGF ConectaSaúde Mental de atletas de futebol é tema central de palestra no projeto FGF Conecta15 SET 2025 22:20:00
Débora de Oliveira, Sidnei Junior e Carlos Eduardo participaram do Conecta | Foto: Max Peixoto/FGF
A Federação Gaúcha de Futebol - FGF, em parceria com a Comissão de Medicina e Saúde, promoveu na noite desta segunda-feira (15) a palestra "Amparo no Microfone: o atleta profissional como voz na mídia a favor da saúde mental no futebol". O assunto foi abordado pela jornalista e psicóloga Débora de Oliveira e também através dos depoimentos dos ex-atletas Carlos Eduardo (ex-Grêmio) e Sidnei Júnior (ex-Inter). Realizado no auditório da FGF, o evento teve a mediação da Coordenadora de Comunicação da FGF, jornalista Christiane Matos.
Antes da palestra, o Diretor Jurídico da FGF, Gilson Hermann Kroef, e o coordenador do FGF Conecta, professor Ademir Calovi, receberam os convidados para desejar boas-vindas e agradecer pela disponibilidade.
SAÚDE MENTAL NO FUTEBOL
O debate abordou um tema ainda sensível no meio do futebol, a saúde mental de atletas e também de profissionais envolvidos com o esporte. Débora de Oliveira trouxe à tona diversos momentos em que o jogador se depara com dificuldades e incertezas, como no início de carreira, convivência no dia a dia dos clubes e pressão por resultados, e elogiou a coragem de craques consagrados ao falarem publicamente nos microfones sobre o assunto.
- A voz no microfone se torna um amparo para os atletas, tanto no sentido de serem vistos como humanos, de serem mais acolhidos, como também impulsionando outras pessoas. As pessoas se encorajam a procurar ajuda quando o ídolo mostra sua vulnerabilidade. Vira uma questão sistêmica, quando um impulsiona o outro - explicou a jornalista e psicóloga.
Com a presença de profissionais do futebol e alunos das áreas de Educação Física e Psicologia, a palestra mostrou a importância de se tratar o assunto sem tabu para beneficiar o desempenho individual e coletivo no futebol.
DIFICULDADES NO INÍCIO
O ex-meia gremista Carlos Eduardo lembrou das dificuldades no início de carreira e disse que precisou superar medo e angústia para se tornar jogador profissional:
- O meu começo foi bem difícil, até porque eu vim de uma cidade de 6 mil habitantes, Ajuricaba. Cheguei a ficar em albergue com pessoas doentes em Porto Alegre até ir morar com mais 20 meninos embaixo das arquibancadas do antigo Estádio Olímpico. Fiquei uns dois meses chorando querendo voltar para a casa, mas meu pai disse para aguentar, já que eu tinha passado no teste. Foi difícil aceitar essa realidade. Pessoas de fora acham que conhecem a gente, mas só vêem as coisas boas, não o que realmente a gente passa até se tornar profissional - revelou o ex-atleta vice-campeão da América em 2007.
Já o ex-zagueiro colorado Sidnei também relembrou das dificuldades enfrentadas, mas destacou o fato de que hoje os clubes dão mais importância ao tema.
- Esse assunto é muito importante porque antes a gente não tinha esse acompanhamento psicológico. Quando se perde um jogo ou se comete um erro crucial, sabemos a cobrança que é e o quão difícil é lidar com isso. Fora que você sempre quer jogar. Se o técnico não te escala, a gente fica chateado com ele. Então, é importante trabalhar a cabeça, o mental, para conseguir lidar com tudo isso - destacou Sidnei.
EXPERIÊNCIA FORA DO PAÍS
Os ex-atletas também falaram sobre as diferenças entre o futebol brasileiro e o europeu na questão mental e no bem-estar do grupo de jogadores.
- O alemão trabalha muito esse lado mental. Quando joguei no Hoffenheim, tinha psicólogo no clube. Todo mês ele e o técnico iam na casa dos jogadores estrangeiros para ver se estava tudo bem, pra ver como a gente vivia, para conversar, comer com a gente, conhecer a família. Isso foi muito importante para a minha adaptação. Costumo dizer que o jogador gosta de um carinho, de ver que se preocupam contigo - contou Carlos Eduardo.
Sidnei jogou em países como Portugal e Espanha e acredita que a mentalidade em relação às cobranças são bem diferentes:
- É outra cultura. Claro que todo mundo quer vencer, mas lá eles têm essa consciência de que o importante é o atleta dar o máximo em campo. Se o adversário for melhor, é porque mereceu. É trabalhar e ir para o próximo jogo, não ficar remoendo - comentou.
PROJETO FGF CONECTA
O projeto FGF Conecta, lançado em 2021, sob coordenação dos professores Ademir Calovi e José Cicero Moraes, tem o intuito de compartilhar conhecimento e conectar clubes, dirigentes, torcedores e público em geral. Além disso, busca capacitar os profissionais que atuam nos clubes gaúchos, visando o aperfeiçoamento dos processos através da troca de experiência com especialistas de alto nível do futebol brasileiro.
As demais fotos do evento podem ser conferidas no Flickr da FGF.
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