
O projeto "Protocolo Zero: Fim de jogo para o Racismo" foi destaque mais uma vez no Gauchão Feminino 2025. A ação de conscientização ocorreu antes do clássico entre Juventude e Inter, no último domingo (7), no Complexo Esportivo do Sesi, em Caxias do Sul. A iniciativa da Federação Gaúcha de Futebol - FGF, com o apoio da Odabá - Associação de Afroempreendedorismo, visa reforçar a luta contra o preconceito nas comunidades do futebol.
PARTICIPAÇÃO
A ação contou com as presenças de Nina Fola, socióloga e coordenadora do Protocolo pela Odabá, Paulo Centeno, associado da Odabá, Rafael Maydana, integrante do Departamento de Competições da FGF, Graziele Oliveira (Grazi) e Taysa Félix, ambas atletas do Juventude. Durante a iniciativa, foram distribuídos brindes e panfletos aos torcedores nas arquibancadas. As jogadoras de ambos os times e a equipe de arbitragem entraram em campo vestindo a camiseta do projeto.
COMO DENUNCIAR
Desde 2022 no Juventude, a defensora Grazi é a atleta com mais partidas desde a reabertura do departamento feminino do clube: 79 jogos. Acumula dois acessos e três títulos do interior do Rio Grande do Sul. Ela atuou no Brasileirão, mas se machucou na reta final da primeira fase. Líder em campo, também tem voz ativa fora dele.
- O futebol é um ambiente que tem muito xingamento, muitas ofensas. Isso vem tanto dos torcedores quanto dos próprios jogadores dentro de campo. É um assunto que não pode ser deixado de lado, é uma causa que tem que estar sempre lutando. Por isso, foi muito bom ter participado desse evento. A gente distribuiu os panfletos e ali tem as informações. Caso alguém presencie algo, vai saber como denunciar, o que fazer e para onde ligar - explica Grazi, 22 anos.
LUTA CONTRA O RACISMO
Taysa Félix chegou este ano no Juventude e se machucou antes da temporada iniciar. Atacante veloz, já passou por clubes como América-MG, Duque de Caxias e Pérolas Negras. Natural do Rio de Janeiro, também tem vivência no futebol para saber da importância de combater o racismo no esporte.
- O racismo no futebol não é um caso isolado e nem recente. Faz parte de uma estrutura social que ainda privilegia o silêncio e a omissão da violência racial. Quando o torcedor faz som ou imita um macaco ou fala algo racista, e os dirigentes minimizam essas ações como coisas do jogo, não, não são coisas do jogo. Isso é crime! - destaca Taysa, 22 anos.
Ela entende que ações de conscientização tendem a diminuir atos racistas:
- O futebol devia ser arte, cultura, paixão, mas ultimamente tem sido um espelho da sociedade. E o que o espelho tem refletido não é bonito de se ver. Infelizmente, o racismo não vai acabar, mas pode diminuir com ações de conscientização. Essa é a nossa luta - completa a atacante.