Evento foi realizado na sede da FGF | Vinicio Martins / Meiuca
A Federação Gaúcha de Futebol - FGF, com o apoio da Odabá - Associação de Afroempreendedorismo, lançou o projeto “Protocolo Zero: Fim de Jogo para o Racismo” na noite desta segunda-feira (02). O evento realizado na sede FGF contou com a presença do presidente da Federação Gaúcha de Futebol - FGF, Luciano Hocsman, do vice-presidente, Antônio Luiz Dal Prá, e demais membros da diretoria da FGF. Também estavam presentes a presidente da Obabá, Kênia Aquino, a gestora de Projetos e Psicóloga, Maiara Medeiros, e diversos integrantes da Associação. Ainda participou, de forma on-line, o gerente de desenvolvimento e projetos da Confederação Brasileira de Futebol - CBF, Ricardo Leão. A mediação da cerimônia foi do produtor de conteúdo, Frederico Angelos.
Na abertura do evento, o presidente da FGF, Luciano Hocsman, destacou a relevância do tema, saudou a parceria com a Odabá e manifestou o objetivo de zerar os casos de racismo no estádios gaúchos.
– Desde 2020, a FGF vem trabalhando de forma mais efetiva no combate ao racismo no futebol. Porém, vimos a necessidade de encontrar uma parceria que pudesse nos ajudar nessa iniciativa. Foi aí que começamos a trabalhar junto com a Odabá. Começamos esse projeto há um ano com um letramento interno com nossos colaboradores. Hoje, aqui estamos com o Protocolo Zero. Temos uma meta ousada de zerar os casos de racismo nos estádios do Rio Grande do Sul. Sabemos que é difícil, mas precisamos modificar uma cultura que, infelizmente, ainda está presente na nossa sociedade. Vamos trabalhar firmes e fortes para combater essa situação – enfatizou Luciano Hocsman.
Em seguida, o gerente de desenvolvimento e projetos da CBF, Ricardo Leão, falou sobre o tema. Ele saudou a iniciativa e também destacou ações da entidade na luta antirracista.
– Para nós é uma alegria participar desse evento, pois demonstra a nossa convergência de enfrentar e combater o racismo. A CBF vem implementando projetos para combater essa chaga social e chamar a sociedade brasileira para esse debate. Lançamos a campanha "Com o racismo não tem jogo" que defende a paralisação das partidas em casos de racismo. Essas ações têm colocado o futebol brasileiro como liderança deste assunto no cenário internacional. Esperamos que essas iniciativas possam resultar não só na diminuição, mas sim no fim de casos de racismo no futebol – afirmou Ricardo Leão.
Na sequência, a presidente da Odabá, Kênia Aquino, falou sobre a iniciativa e saudou a parceria com a FGF.
– É incrível participar deste projeto. Acho importante que instituições como a FGF apoiem essa iniciativa. Sabemos que internamente, a Federação já vem fazendo um trabalho antirracista, mas queremos saber se toda a comunidade do futebol está pronta para nos ouvir. Estamos trazendo uma série de pessoas preparadas para fazer com que esse protocolo seja exemplar para o Brasil e para o mundo. Muito obrigada FGF pela oportunidade e que mais instituições possam encarar a doença do racismo com essa seriedade – destacou Kênia Aquino.
O evento continuou com a gestora de projetos e psicóloga da Odabá, Maiara Medeiros, apresentando um cronograma de ações do Protocolo Zero.
– Começamos criando uma comissão multidisciplinar para acompanhar as ações que estão sendo realizadas no projeto. Essas iniciativas incluem o letramento racial, com o objetivo de conscientizar o indivíduo da estrutura e do funcionamento do racismo na sociedade. Queremos também a formação de agentes regionais para orientar, analisar e discutir a pauta racial. Também divulgamos a cartilha das categorias de base, que visa conscientizar os jovens atletas por meio de uma educação antirracista – explicou Maiara Medeiros.
Por fim, a diretora de Marketing e Novos Negócios da FGF, Carla Larini, deixou claro o objetivo do Protocolo Zero de ser mais do que uma campanha.
– Quando sentamos para debater esse projeto, tínhamos um pensamento unânime: essa não poderia ser apenas mais uma campanha. Nesse tempo que convivemos com a equipe da Odabá, vimos que jamais podemos nos colocar no lugar daqueles que sofrem o preconceito. Não queremos uma mera campanha de marketing. Estamos aqui para mostrar a nossa cara e fazer o que for preciso para combater o racismo. Atitudes preconceituosas não serão mais toleradas no futebol gaúcho – finalizou Carla Larini.
O evento contou com a presença de alguns dos embaixadores do projeto, como o técnico de futebol, Daniel Franco, e a atleta do Juventude, Roberta Rosa. O diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, também prestigiou o evento, assim como representantes do Governo Estadual, da Prefeitura de Porto Alegre, imprensa e convidados.
Para mais informações sobre o Protocolo Zero acesse o link: https://fgf.com.br/protocolozero/